Aspectos filosóficos e
psicossociais da Medicina Estética
e seu contexto no mundo moderno
Autor:
Dr Joselito Fonseca Corrêa
Médico
pós-graduado em Medicina Estética
Membro
da Associação Brasileira de Medicina Estética
Resumo
Procuraremos
avaliar a Medicina Estética enquanto entidade médica que embora ainda esteja em
desenvolvimento no Brasil apresenta-se desde cedo dona de um contexto singular
na área médica e por outro lado, demonstra-se por vezes, insubstituível numa
sociedade moderna dirigida a cada dia mais e mais por novos conceitos
filosóficos, estando em constante desenvolvimento cultural e exigindo que essa
nova área médica destine-se a resolver não somente entidades nosológicas de
ordem estética como também suas potenciais repercussões sociais e
psicossomáticas. Esta é a questão que se impõe no decorrer do presente trabalho
o qual aborda a evolução do conceito de beleza estética da pessoa humana no
inconsciente coletivo, visivelmente evidenciado pelo crescente fomento
comercial e econômico nas áreas da cosmética, da moda e da publicidade. Embora
esse seja um fato social, envolve paralelamente distúrbios de ordem
psicossomática àqueles que buscam ajustar sua imagem corporal ao seu meio uma
vez que, não de forma concreta e perene mas sim mutável e metamórfica, o
conceito de beleza muda assim como a moda e o cinema, buscando sempre novos
conceitos, novas tendências e mesmo o lado inusitado da beleza não conceitual.
Observa-se, a partir dessa premissa, imperativo definir que a Medicina Estética
não destina-se à solução apenas de questões relacionadas aos conceitos de
beleza "corporal" e "física" mas também e principalmente a
outras de caráter muito mais vital à humanidade como por exemplo as de
"ordem reprodutiva" além de outras referentes ao melhor desempenho
profissional num mundo extremamente competitivo, ao ajustamento do indivíduo ao
seu grupo social, além da manutenção psíquica prevenindo desordens
psicossomáticas relativas ao self e ao equilíbrio interno da imagem corporal.
Por outro lado finalmente citamos as características que tornam a Medicina
Estética uma área única no contexto da vida moderna, a qual devido à escassez
de tempo e de toda a assistência exigida nos procedimentos mais invasivos,
necessita que os cuidados estéticos sejam precisos, rápidos e economicamente
adequados a toda uma demanda em constatante expansão.
1 - A Percepção lúdica do indivíduo e seus
anseios
Ainda que o
médico esteta esteja apto perante à sua ars medicae e mesmo perante a arte da
pintura ou do desenho a identificar padrões clássicos de beleza (6), para que
ele atenda às exigências internas (mentais) e externas (corporais) de seu
paciente é necessário que saiba adentrar o mundo lúdico que a psiquè cria (14)
e que é o mesmo que idealiza a imagem física desejada, para a qual o esteta
deve direcionar seus esforços médicos.
A chave
mestra de todo esse complexo emaranhado de influências que leva à perfeita e
harmoniosa "Identidade Pessoal", paraíso dos resultados estéticos,
chama-se "Imagem Corporal". A Imagem Corporal é formada pela
inter-relação de outras componentes igualmente importantes a saber:
a) Imagem subjetiva. Imagem que a pessoa
não vê, mas que existe em sua mente.
É composta por duas outras
imagens:
- Imagem
Subjetiva Idealizada: Aquela que se deseja, consciente ou
inconscientemente ter. Representada pelas fotografias de artistas e manequins
ou mesmo modelos desejados de silhueta ou de partes do corpo em imagens de
revistas. Podem estar conscientes ou seja, a pessoa sabe relatar quais são ou o
tipo. Podem também estar inconscientes ou seja, a pessoa tem em sua memória,
fazem parte de sua Imagem Corporal mas ela não se lembra conscientemente.
- Imagem
Subjetiva Representada. Pela observação de terceiros (informações externas). Toda
vez que alguém nos olha, nos envia uma série de impressões externas sob a ótica
de outras culturas.
b) Imagem Objetiva. A que a pessoa vê,
olhando e sentindo seu corpo ou mesmo comparando-o com imagens guardadas em sua
mente. Pode ser:
-Imagem Objetiva
Real: Aquela que a pessoa realmente tem.
-Imagem
Objetiva Aparente: Aquela que a pessoa acha que tem, mesclando memórias de
imagens similares e mesmo usando recursos de beleza (maquiagem, roupas,
penteados, recursos fotográficos)ou mesmo ângulos mais bonitos e atitudes de
charme frente ao espelho e à câmera fotográfica.
A Imagem
corporal não é uma sensação fruto de nossa imaginação mas o esquema estrutural
do corpo em nossa psiqué dependendo assim de íntima e específica relação com a
personalidade do indivíduo. Observamos ao longo da vida que nosso corpo muda de
acordo com nosso estado psíquico ou seja, com nosso humor, tomando formas mais
belas em períodos mais felizes e menos belas em períodos menos felizes. Notamos
assim que a beleza corporal tem dependencia intrínseca com a personalidade e
essa por sua vez com o psiquismo e que ambos são submetidos a pressões externas
necessitando constante adequação psicossocial, necessitando da mesma forma de
serem acompanhadas de imperiosas mudanças e adaptações corporais. Tudo isso se
reflete na construção da imagem do corpo pois a vida psíquica confere mudanças
contínuas de imagens, ora deformando-as, ora agitando-as, ora diminuindo-as.
Para evidenciar a importância da Imagem Corporal na psiquè e sua correlação com
a vida social, alguns autores (13) insistem em demonstrar que a mulher tem
interesse em sua Imagem Corporal na dependência de sua situação econômica.
Como foi dito
acima, a Imagem Corporal não é apenas uma sensação ou algo fruto de nossa
imaginação, ela torna-se real à medida que passa a ser a realidade corporal ou
a partir do momento que passa a pelo menos contribuir com a formação
do novo perfil estético corporal seja recalcando um impulso alimentar, seja
sublimando um ideal de buscar auxílio profissional da Medicina Estética por
exemplo. Essas imagens tanto inconscientes quanto conscientes são permeáveis
entre si ou seja, muitas delas deixam de ser conscientes e passam a ser
inconscientes e vice-versa tanto num movimento de feed-back positivo quanto
negativo, com mudanças, propiciando crescimento e desenvolvimento ou
vice-versa, do mesmo modo que emoções boas ou ruins e as respectivas ações
fruto dessas emoções se interligam com as novas imagens que vão surgindo do
corpo. O próprio hábito de comer menos por exemplo, dieteticamente
objetivando-se mudanças corporais, pode iniciar-se num plano psíquico
consciente mas depois de algum tempo passar a ser incorporado ao cotidiano de
forma plenamente inconsciente. Por outro lado pode haver restrição alimentar
inconsciente em algum tipo de convívio profissional ou social que seja
suscetível a esse comportamento e a pessoa tomar consciência que mudou seus
hábitos dietéticos somente depois de algum tempo, por observar perda de peso
durante o ato de pesar-se. Em tempo e oportunamente acentuamos que esse esquema
mental de estruturação corporal forma-se devido ao contato do indivíduo consigo
mesmo e com o mundo que o rodeia sendo que consciente e inconscientemente
existem contribuições anatômicas, neurológicas, fisiológicas, sociológicas,
dentre outras tantas que também merecem atenção dos profissionais da área
médica.
2 - Importância estética dos orifícios
corporais
Sabe-se que o
interesse pelo próprio corpo já começa desde a infância tendo a criança o apelo
oral.
Psicanaliticamente,
a interação entre o "ego" e o "id" é que constroi a Imagem
Corporal, na qual as tendências egóicas e libidinais se relacionam
continuamente. Manifesto na fase adulta de vida quando é local destinado à
sedução, direciona-se a libido narcisicamente para a boca mas sabe-se que mesmo
a criança tem interesse pelo próprio corpo na dita fase oral. Havendo um núcleo
da Imagem Corporal na zona oral, poder-se-ia dizer que a Imagem Corporal começa
a se desenhar na boca crescendo mentalmente a partir daí para a cabeça, os
braços, as mãos, o tronco, as pernas e os pés além dos locais que são fontes de
prazeres especiais.
É importante
salientar que existem significados psicológicos sempre quando são abordados os
orifícios do corpo ( auditivos, nasais, abertura dos olhos, boca, meato
urinário, orifício vulvar e ânus) pois eles aproximam o corpo da mente. Sendo
orifícios que permitem as trocas essenciais (fluidos corporais) e constituem
zonas sensoriais, configuram-se especialmente em aberturas do soma através das
quais o indivíduo abre seu "interior" psicossomático para o mundo
exterior e deixa suas tendencias psicossexuais fluirem, demonstrando-se como
zonas eróticas de grande importância e sede de inúmeras fantasias psíquicas.
Por estes mesmos motivos, vale a pena especificar que tais orifícios também
apresentam-se como pontos referenciais de modelos posturais da Imagem Corporal.
Essa seria
então a importância estética dos orifícios, em especial a abertura dos lábios,
cujo fluxo da energia libidinal, por ser dinâmico, da boca atinge outros sítios
como por exemplo os genitais, fonte de prazer especial e as sensações uretrais,
completando essa imagem e configurando-a. Assim, já que é para a boca que toda
a libido narcisicamente se volta, pode-se dizer que toda sedução começa pela
boca. A emoção busca a sua expressão mais íntima (a sedução) para solucionar o
estado de necessidade (reciprocidade) e obter assim a satisfação intensionada
(sublimação).
3 - Delineamento corporal e sedução
É importante
lembrar a origem ectodérmica da pele ou seja, originada nos mesmos folhetos
embrionários que o Sistema Nervoso ou seja ela realmente é um emaranhado de
terminais nervosos sensitivos responsáveis pelo equilíbrio, defesa entre outras
funções adaptativas do ser humano. Essa mesma pele, registrando inúmeras
sensações táteis, é sede da necessidade de um contato de propriocepção ou seja
contato das mãos sobre ela e consequentemente sobre o contorno corporal que ela
delineia. As mãos recobertas pela pele e essa por sua vez repleta de receptores
sensitivos deslizam sobre o corpo também recoberto por pele e receptores,
permitindo-nos dessa forma estabelecer seus contornos em nossa mente de forma
muito mais clara e precisa ou seja, espacialmente, localizadamente e
sensitivamente quanto à textura e qualidade da própria pele que sente e também
é sentida. De interesse à área estética, torna-se então evidente que o erotismo
muscular é cutâneo, com sensações provenientes da pele e que tem significado
para o delineamento da superfície do corpo já que essas sensações são
mentalmente armazenadas e fornecem dados à construção da Imagem Corporal. Um
exemplo disso e uma situação não muito rara e geralmente relacionada a gorduras
localizadas e paniculopatia edematofibroesclerótica é aquela onde há a negação
libídica de uma área "mentalmente" inestética: -"Por
favor não me toques assim", quando na verdade o que se afirmaria seria
"Acho que essa parte de meu corpo não está bonita para você me
tocar".
O ser humano
movimenta-se constantemente surgindo a todo momento situações que exigem dele
soluções. Isso acontece em parte pelo conjunto de suas necessidades conscientes
e inconscientes e também em parte pelas exigências da cultura e do convívio social.
Este contínuo movimentar-se - para buscar a satisfação - é em geral movido por
emoções (muitas vezes inconscientes); disto decorre a criação de situações para
as quais surge a necessidade de se obterem soluções, o que gera ações, posturas
e transformações corporais ditas de sugestão, expressão ou sedução.
A emoção
busca no movimento, na ação, na postura ou mesmo na mudança de seu corpo, a sua
expressão mais íntima... "a sedução". A sedução é buscada justamente
para solucionar o estado de necessidade libidinal e obter-se assim satisfação.
No entanto, se houver um bloqueio e se este processo for total ou parcial - em
geral, este recalque é de origem estética, ideológica ou cultural - a resolução
não é adequada, não há sublimação, a ação mostra-se comprometida e a emoção
fica contida, o que implica que sua manifestação, então, faz-se de forma
indireta e/ou simbólica e não plenamente. Nesse momento é que o médico esteta
deve entender sua sublime tarefa quanto ao delineamento corporal para o alcance
da sedução e consequente sublimação plena da compleição emocional.
4 - Sociedade e cultura na formação da
Imagem Corporal
É
importante definirmos que a Beleza trata-se de algo cultural (3) no qual a
pessoa humana não seria apenas um elemento produtor dessa cultura, mas também
num sentido especialmente biológico, um produto dessa mesma cultura. Para que
isso seja entendido de forma mais profunda, devem ser estudados os fatores que
desencadeiam essa estreita inter-relação (11).
Tanto a
"cultura" quanto o "convívio social" estão intrinsecamente
envolvidos na construção do componente "Imagem Idealizada" a qual
estrutura a construção psíquica da "Imagem Subjetiva", que por sua
vez contribui para a construção final da "Imagem Corporal". A
"Imagem Idealizada" forma-se a partir da satisfação lúdica,
neuro-hormonal e hipotalâmica, associada a "objetos" e imagens
externas "esteticamente" harmônicos, revistas, moda, momentos sociais
prazerosos, locais aprazíveis e demais associações de coisas que gerem bem estar
psíquico ou adequação socio-cultural. O interesse observado pelo corpo de outra
pessoa, contribui para a configuração postural. Vida social rica em imagens
corporais proporciona soma de posturas corporais individuais, cujo resultado
constitui a imagem final do corpo. Embora o indivíduo admita sua independência,
sua postura corporal é resultante das imagens das pessoas com as quais se
relaciona.
Grupos sociais, sejam esses
familiares, de trabalho, condomínios, academias, faculdades ou até mesmo raciais
tem conceitos próprios de beleza, os quais estão em constante mudança em
concordancia com as experiências emocionais a cada momento de vida desses
grupos e de cada indivíduo particularmente, gerando assim diferentes concepções
do que seria beleza. A cultura, a personalidade, o jugo, o poder aquisitivo, as
inter-relações sociais, as imagens externas colhidas (revistas, televisão,
filmes, vida real, etc) e todo o "objeto" motivo de atenção e emoção
podem influir nesses conceitos pessoais e individuais de beleza já que a mesma
nada mais é que a procura de harmonia como meio de satisfação íntima. A Imagem
Corporal não é sempre a mesma. É lábil, mutável e incompleta. Depende do uso
que fazemos dela, de nosso pensamento, de nossas percepções e das relações objetais.
Há relação
nítida entre Imagem Corporal e zonas erógenas. A nudez, a vergonha, a timidez e
o enrubescimento nos encontros sociais, onde se cruzam corpos, testemunham a
ligação erógena. Os olhares das pessoas entre si permitem troca de imagens e
como resultado ter-se-ia a existência da imagem social do corpo. A moda
feminina, quando lançada, tenta conferir singularidade a uma mulher, tornando-a
diferente das outras. Não tarda muito, a moda entra em evidência e as mulheres
somando se igualam. A vida social proporciona imitação e consequente
identificação de Imagens Corporais. Nossa própria imagem corporal não é
possível sem as imagens corporais dos outros.
5 - Psicopatologia dos distúrbios estéticos
Embora o
conceito de beleza seja bastante subjetivo e sujeito a modulações
socio-culturais, podemos afirmar que os distúrbios estéticos poderiam ser
determinados socialmente (9). Se em determinado grupo de trabalho (vendedoras
de cosméticos, por exemplo) fosse comum às pessoas que participassem dele terem
necessariamente uma pele impecável, esse mesmo grupo colocaria o diagnóstico de
"pele irregular" àquela que tivesse esse tipo de cútis, ainda que
isso ocorrese de forma subliminar ou através de alguma atitude discriminatória
tomada pelo grupo. Qualquer pequena atitude de exclusão direcionada a essa
pessoa por seu grupo de trabalho poderia lhe ocasionar um problema social (pior
desempenho laborativo) além de problemas psíquicos (depressão, risco
psico-social,etc) associados a distúrbios de ordem somática (Doenças
Psicossomáticas, desajustes da Imagem Corporal, identificação de novas
entidades nosológicas relacionadas à pele não conhecidas anteriormente por
pessoa leiga e consequente nosomania). Ainda que sendo fruto da vontade, a vida
em uma determinada sociedade poderia ser por si só até mesmo uma fonte de
sofrimento e doença (10), isso se nossa perspectiva analítica for a constante
tendência à adaptação humana e padronização comportamental comuns a todos os
membros de uma determinada sociedade ou grupo social. É importante frisar que
não necessariamente esta seria uma relação causal ou mecânica, onde o
"sofrimento social" levaria imediatamente ao
adoecimento uma vez que, segundo a O. M. S. define-se por saúde um
"Bem estar físico, psíquico e social". Essa questão diz respeito à
evolucão socio-cultural e política das sociedades que tendem a oferecer chances
diferentes para que seus constituintes se protejam dessas tensões e conflitos
onde a evolução se manifesta de forma tranquila, progressiva e equilibrada. No
caso da sociedade brasileira, acreditamos ser a Medicina Estética uma
atualização médica que muito tem a contribuir nesse
ponto, promovendo o bem estar físico e psico-social de forma simples
e acessível.
Assim sendo,
um distúrbio de ordem psicopatológica pode ser gerado quando um desvio da
"Imagem Corporal" se apresentar perceptível ou seja, quando a pessoa
perceber uma não coincidência entre seu esquema psico-intelectual e a realidade
do corpo. Numa perfeita harmonia sócio-cultural e psicossocial, e a partir
desse esquema psico-intelectual da "Imagem Corporal", tudo na pessoa
passaria a contribuir na criação da realidade. Com base na observação clínica
dos relatos poder-se-ia a partir daí, do momento dessa "percepção da não
coincidência", perceber-se então certa tensão, com significado de algo de
dentro, a qual pode ser maior em casos de estresse ou doença física. A própria
libido é a origem da tensão ou mesmo aumenta a tensão quando ela chega a exigir
um corpo físico ou seja, um objeto para aplacá-la, quando então ter-se-ia algo
de fora. O corpo poderia constituir-se das duas coisas simultaneamente, mas no
fundo a psiqué nota que também pode ser algo diferente e face às
sensações táteis e dados sensoriais percebe-se o desvio da "Imagem
Corporal" ou seja a "não coincidência" com a realidade corporal
transformando-se assim em algo diferente do que existe no mundo lúdico do
indivíduo, ainda que um dia esse "Ludos" de hoje já tenha sido a
realidade de "Eros" ou "Apollo". A libido pode assim ser
recalcada em seu confronto com a realidade da sensação tátil de uma área que
não esteja esteticamente em conformidade com o ideal de beleza da Imagem
Corporal. Problema ainda maior, a constância desses recalques pode gerar
distúrbios bem maiores como a própria negação do corpo ou seja a soma das
representações psíquicas do corpo e dos seus órgãos que constitui a imagem
mental do corpo e esta pode não coincidir com o corpo, objetivamente
considerado, ocorrendo em consequência um recalque automático dessa concepção
objetiva de corpo. Podemos considerar dois grupos de fenômemos, o grupo ligado
à aparência externa do corpo e o grupo relativo à parte interna. Nos pacientes
do grupo com distúrbios ligados à aparência externa, observa-se um desprezo
pelo corpo, particularmente pelos órgãos sexuais ainda que carregados de
libido. Procura-se fugir do "soma", interessando-se por atividades
intelectuais, levando vida solitária. Nesses casos, toda ênfase genital se
desloca, com intenso colorido libídico, para a cabeça e o inestético (a
calvície por exemplo) paradoxalmente passa a ser um tipo de beleza inusitada e
simbólica onde erudição, cultura ou intelectualidade estariam subentendidos.
O homem
considerado "normal" mantém a unidade do corpo em virtude do
predomínio de tendências construtivas. A modelagem embora vaga e nunca
definitiva, acompanha as necessidades da vida. Às vezes o ódio parece destruir
a boa imagem do corpo, mas logo depois o amor pode reconstituí-la e reorganizá-la
e nessa intérfase a restauração da auto-estima através de procedimentos
estéticos pode ser uma solução de muito valor. A doença seja ela de ordem
parenquimatosa interna ou mesmo estética externa, compara-se psicanaliticamente
toda ela, à impotente rendição do homem ante à inexorabilidade da sua condição
mortal. Porém, tanto a morte quanto a doença estão relacionadas também ao
"medo da morte" o qual estabelece paradoxalmente o reforço das
fantasias de suporte à negação primordial tanto dessas fragilidades quando da
finitude da vida através do "Mito da Fênix", ave fantástica que após
a morte renascia das cinzas e, posteriormente, como símbolo, repesentava o deus
Osíris, exatamente o fenômeno que acontece após um procedimento estético bem
sucedido.
Toda vez que
alguém nos olha há uma troca de impressões sobre nossa Imagem Corporal as quais
se manifestam não só como novos dados psico-culturais como também em
"energias" correspondentes a sensações e manifestações de ordem
neuro-hormonal que agem diretamente na relação id-ego gerando sublimação ou
recalque, Eros ou Tânatos, alegria ou depressão, bem-estar ou mal-estar social
"As
emoções, ainda que sejam respostas universais de um organismo, submetem-se às
influências sociais" (7). Dessa forma, a visão de mundo que se adquire no
contato social é que vai nortear as nossas reações emocionais ou seja, sob
quais situações sentimo-nos alegres ou tristes. Sob a ótica
freudiana (5), Narciso e Fênix se completam assim como Eros e Tânatos se
confundem e ainda que pareça algo paradoxal, tal fusão deve ser vista como a
expressão mais forte de energia geradora, uma situação que permite que seja
entendida a dialética da vida e do próprio gênesis que surgiu do caos.
Na Regênesis o caminho traçado pela psiquê
parece ser algo próximo a uma auto-reconstrução estrutural íntima. O indivíduo
buscando realocar a libido intimamente de volta para o id de forma que esse
tenha uma nova chance para ser "ego", obtendo-se assim um renascimento
para uma forma que possa estar em maior harmonia com o "eu" atual.
Note-se então que há o sacrifício do antigo ego para uma recombinação
estrutural que resulte num novo self (18), o qual será recriado por sua vez
também de forma adequada à nova Imagem Corporal socialmente recém-moldada
pelo convívio cultural igualmente adquirido recentemente. É
imperativo ao médico esteta observar, para que desenvolva melhores subsídios
técnicos à sua análise diagnóstica que na verdade, em sua "regênesis",
não é o paciente que está em busca de tornar-se uma nova pessoa, jamais
idealizaria seu "ego" já que sua Imagem Corporal pura depende da
interação com indivíduos e objetos presentes no seu mundo cotidiano habitual
com o qual interage também inconscientemente, nem mesmo procura isso através da
"morte" já que seria inócuo ao id caso intensionasse criar uma
regressão fusional conscientemente, além do fato de que, a maioria não se
enquadra no que poderíamos chamar "erudita o suficiente" a ponto de
ser capacitada para algo parecido com esse auto-modelamento psicológico que ora
supomos. Para sua isenção analítica é fundamental ao médico olhar seu paciente
e enxergá-lo como é ou seja, deve estar atento ao fato de que ele está inserido
num contexto e assim sendo é fruto do meio sócio-cultural no qual existe e com
o qual interage "ou não", sendo que sua "não interação
harmônica" também é mecanismo de morte e consequente regênesis.
6 - O médico frente à subjetividade
conceitual da beleza
A beleza extrema é
escassa e reconhecida universalmente!
Importante
reportar que os médicos agem, de forma geral, como se os distúrbios estéticos
fossem objetos concretos, esvaziados de qualquer significado, seja ele
psíquico, seja ele social, seja ele cultural. Isso faz com que frequentemente,
aquilo que o médico enxergue como problema, seja bastante diverso das
preocupações do paciente. Não raro, observa-se pessoas entrarem e saírem de
consultas com a frustante sensação de que nenhuma de suas "feiúras"
foi resolvida e que o médico ainda acrescentou algumas novas que ela nem havia
percebido. Ainda nesse aspecto, devemos ter em mente que, ao tomar a decisão de
procurar um médico, as pessoas já se dão algum diagnóstico, baseado
intrinsecamente nas influências internas e externas que sua Imagem Corporal vem
recebendo. É fato estabelecido que todo paciente traz fantasias mais ou menos
conscientes que não incomumente podem ser referidas em forma de queixas
estéticas subjetivas ou mesmo objetivas baseadas ou não em fatos externos, por
vezes hierarquizadas em ordem de severidade.
Uma das
afirmações que mais nos retrata a isenção que devemos assumir frente ao
paciente é aquela exposta por Rubens de Melo Jr. (12): "Esforço maior da
Etnografia - método pelo qual a Antropologia estuda uma sociedade -
é 'etnografar o etnógrafo', como forma de diminuir, ao mínimo inevitável, a
influência que suas próprias concepções poderiam ter na descrição daquilo que
se observa. Talvez seja chegado o momento de o médico ser ele próprio um etnógrafo
- não apenas de seus pacientes, mas também - e principalmente -da medicina e de
si mesmo. Talvez o esforço contínuo de reflexão sobre os condicionantes de
nossa prática nos permita criar pontes que nos aproximem de nossos pacientes,
fonte primeira de nosso conhecimento e objetivo último de nossa prática".
É importante
a nós médicos "ampliarmos a nossa capacidade de entendimento sobre o
comportamento dos indivíduos e sua Imagem Corporal, no que eles são
influenciados socialmente". Esta influência se faz de acordo com o grupo
social ao qual eles pertencem, que reforçará ou punirá seus comportamentos
assim como seu vestuário, sex-apeal, cultura e também seu perfil estético
contribuindo constantemente para a remodelagem de sua Imagem Corporal. Na
verdade todo fenômeno humano é um fenômeno social, como também a ordem social
existe também como produto da atividade humana. Observamos então que
o comportamento humano é determinado (pelo menos em grande parte) através da
inter-relação do indivíduo com o grupo do qual ele faz parte e o organismo
humano desenvolve-se em interação com o seu ambiente social (grupo no qual se
insere) e assim muitas das atividades corporais são influenciadas e serão
determinadas socialmente.
7 - Os "Tempos Modernos" sob a
ótica psicossocial
Embora
"Tempos Modernos" de Charles Chaplin tenha sido criado para uma época
em que a teoria administrativa ainda calcava-se em rudimentos taylorianos e o
homem era exaurido ate sua morte psicofísica em busca de existência social,
temos nesse filme a mais fiel tradução da questão que necessitamos abordar como
complemento ao nosso tema principal e que por incrível que pareça, passou
novamente a ser a realidade laborativa vivida nos atuais tempos modernos (8).
Tem havido recentemente o que podemos chamar de "alguma perda
técnico-filosófica" e as novas teorias deram passagem ao retrocesso
oficinal de John Taylor e o que vemos atualmente é mesmo a transformação do
trabalhador em uma "máquina de apertar parafusos" que ato contínuo
após outro, perde a noção do processo produtivo em sua totalidade sendo forçado
a manter cada vez melhores performances visando maior produtividade. À margem
de todo o seu esforço, esse mesmo trabalhador acaba por perder seu poder de
decisão sobre seu próprio domínio profissional devido em parte à sua abstração
e constante marginalização e em parte ao interesse crescente por parte dos
ápices da pirâmide administrativa pelas arcaicas políticas dominadoras porém
consequentemente mais lucrativas e "prazerosas" no que diz
respeito ao "domínio dos domínios profisionais" sem o devido cuidado
quanto à ética das profissões e obviamente sem o devido respeito aos direitos
humanos inalienáveis e mais básicos de toda e qualquer pessoa. Dessa forma, tem
sua auto-estima danificada ou mesmo destruída, seu trabalho passa a ser
desprezado não sendo percebido como interessante, seu esforço não é
reconhecido como socialmente significativo, não tem sua personalidade reforçada
por um intrínseco e perfeito mecanismo de compensação psicossocial com seu
trabalho e sua condição laborativa passa paradoxalmente a ameaçar sua dignidade
humana (16). Apesar disso ele deve sobreviver nesse meio, satisfazer as
espectativas e superar os demais quanto aos resultados (17). Alguns autores
destacam, quanto ao aspecto que realmente vai definir essa sobrevivência e
superação num respectivo meio que é a capacidade adaptativa do indivíduo que
faz a diferença: "a sobrevivência de um organismo depende em última
instância da capacidade física, biológica e psicológica de transformar o meio à
sua imagem e semelhança, portanto, de autotransformar-se à imagem e semelhança
do meio".
Por outro
lado, além da sua capacidade de adaptação ao meio, como escapar à
possível situação viciosa que pode se apresentar ao trabalhador moderno?
A saída mais aceita dentro do mundo adminstrativo é buscar o que denominam como
"upgrade pessoal e profissional". Porém essa mudança no status quo
não coloca a pessoa simplesmente à altura de situações sociais mais adequadas à
sua personalidade mas também inicia um remodelamento em toda a sua Imagem
Corporal. Arendt (2) nos traduz muito bem essa mudança necessária à evolução
profissional: "O 'animal laborans' pode escapar à sua difícil situação
como prisioneiro do ciclo interminável do processo vital, à eterna sujeição, à
necessidade do labor e do consumo, unicamente através da mobilização de outra
capacidade humana: a capacidade de fazer fabricar e produzir o que é
atributo do 'Homo faber', o qual, como fazedor de instrumentos, não só atenua
as dores e fadigas do labor como erige um mundo de durabilidade". É um
paralelo assustador usar tais comparações sob um ponto de vista antropológico
rudimentar mas infelizmente é a realidade que se apresenta nos dias atuais.
Adiquirir-se então o complemento profissional passa a ser o passo inicial
seguido pelos demais que incluem novas conquistas econômicas e convívios com
novos grupos sociais que naturalmente são seguidos pelo feed-back regenerador
da Imagem Corporal e toda uma reestruturação psíquica e física onde a mudança
estética pode ser a tônica mais marcante na qual o médico esteta tem sua
presença fundamental no "regênesis" desse indivíduo para uma nova
fase promissora em sua vida pessoal e profissional.
Seguindo toda
essa gama de perspectivas supracitadas, é bastante conveniente afirmar que a
reciprocidade num grupo é elemento definitivo na estrutura de grupos ou numa
estrutura empresarial moderna passando assim a ser uma expectativa constante de
cada membro que tenha por meta sua estabilização e crescimento nesse meio,
sendo que o equilíbrio é um dos processos determinantes da dinâmica de todo e
qualquer grupo (1). Como seria então a abordagem do médico esteta ao analisar
esse processo adaptativo, as constantes influências que ele exerce na Imagem Corporal
e sua relação com a beleza propriamente dita? A neutralidade como já foi
descutida é a melhor forma de abordagem sendo bastante oportuno afirmar que nem
sempre o meio de convívio relacionado ao trabalho (4) vai ser ser
necessariamente receptivo à beleza e à moda da mesma forma que esses
não seriam necessariamente sinônimos de estabilidade profissional. Na prática,
as atividades empresariais se efetivam ao nível dos pequenos agrupamentos,
organizados com os subsistemas grupais da estrutura organizacional da empresa.
"Grupos são totalidades dinâmicas que resultam das interações entre seus
membros. Estes grupos realizam formas de equilíbrio no seio de um campo de
forças. É em função da organização perceptiva do espaço social que as energias
postas em jogo se completam e se combatem. Formam-se, também, redes de afetos,
emoções e sentimentos entre as pessoas com as quais se mantêm variada
frequência e intensidade de convivência interferindo diretamente na formação da
Imagem Corporal e elegendo um padrão típico a cada grupo e sub-grupo
empresarial específico". Mesmo revendo todos esses aspectos, pode-se
finalmente concluir que empresas modernas e promissoras comumente têm visto num
bom cuidado estético de seus funcionários, uma ótima oportunidade para mostrar
"a cara da empresa" ou seja, uma boa empresa manisfesta-se a
princípio na boa aparência dos funcionários que a representam.
8 - Contexto da Medicina Estética no mundo
moderno sob a ótica socio-econômica
Beleza não é luxo. É uma
necessidade!
Recentemente tem-se procurado estudar (15)
cientificamente o tamanho espaço que a beleza estética tem ocupado no mundo
empresarial, estudos estes representados aqui pela pesquisa do Prof. Christian
Pfeifer da Alemanha para a área de economia o qual comparou a beleza das
pessoas com o curso de suas carreiras confirmando em dados estatísticos que
beleza é tão importante quanto inteligência quando o assunto em pauta é sucesso
profissional. "Nós sabemos que pessoas bonitas geralmente são mais seguras
e isso pode ajudar na hora da produtividade delas" diz Pfeifer sobre sua
teoria da primeira impressão, que acredita ser a mais importante
"É possível que pessoas bonitas deixem uma marca melhor e mais duradoura
nas entrevistas de emprego ou que elas se saiam melhor nessa hora", diz
ele. No seu livro "A beleza rende : por que
as pessoas atraentes são mais bem sucedidas", o economista americano
Daniel Harmermesh também afirma segundo as estatisticas que as
pessoas bonitas (e competentes) geralmente tem salários melhores e que a
satisfação com a aparência física oferece coragem para confrontar as
dificuldades profissionais cotidianas. "Quem se sente bem com seu modo de ser é mais seguro,
e confiança ajuda a transmitir ideias e habilidades, o que acaba conquistando os
chefes."
Numa vida massificada e populosa,
o mundo moderno clama por algo que se destaque do óbvio sem perder sua tênue
ligação com a moda e a estética da sociedade em que se insere. E é justamente
uma pequena elite de pessoas extremamente belas que tem esse poder de se
destacar e chamar a atenção na multidão de rostos e faces cotidianas em um
planeta com 7 milhões de habitantes. Muitos artigos destacam os privilégios
desse grupo, que recebe mais atenção quando criança, tende a ser mais popular
na adolescência, consegue amor e sexo mais fácil quando se torna adulto e,
segundo as pesquisas, ganha melhor na carreira profissional, tem facilidade
para se casar enfim, tem uma vida mais fácil e mais promissora. Como observamos
nos relatos das referências citadas no parágrafo anterior, o privilégio desse
grupo de pessoas belas (o qual, presente em todas as sociedades e classes
sociais vem interferindo nos destinos da humanidade desde a antiguidade) só fez
crescer com o aumento populacional nos últimos séculos. A tendência atual num
mundo competitivo e em evolução é ficar-se alheio à inveja e às diferenças
físicas, buscar-se o auxílio da Medicina Estética, da Cirurgia Plástica, da
malhação nas academias, moda, perfumaria, cosmetologia, coiffeur e tentar gozar
um pouco dos privilégios de uma minoria de 2% dos homens e 3% das mulheres - a
minoria triunfal das "pessoas extraordinariamente bonitas".
Determinantes de beleza, faz-se
necessário ao médico esteta conhecer seus 6 principais elementos além de de
saber que pode fazer parte dessa obra natural de arte uma vez que tem o poder
de auxiliar e reforçar com o auxílio de sua Medicina Estética essas
características que conferem à pessoa o título de
"bela".
A) Beleza (propriamente dita): Os estudos mostram que
traços convencionais e simetria facial contribuem para tornar uma pessoa
atraente, assim como o tom de pele. Assim sendo, pode-se dizer que a Medicina
Estética muito tem a ajudar nesse aspecto já que tanto os traços convencionais
quanto a simetria facial podem ser adquiridos através dos inúmeros
procedimentos que dispõe como por exemplo o Fio Russo, Fio Búlgaro, Implantes
Sólidos, Fillers (Metacryl) e mesmos a cirurgia estética minimamente invasiva.
Quanto ao tom de pele, muito pode ser feito com os avanços da cosmetologia
assim como os inúmeros peelings em amplo uso no mundo todo.
B) Sensualidade: Pode ser separada da beleza. A beleza tem a ver
com o rosto, enquanto a sensualidade deriva de um corpo atraente associado à
forma como a pessoa se move, fala e se comporta ou seja, envolve personalidade,
sedução e questões relativas ao comportamento de determinado grupo social como
foi visto anteriormente. Então notamos que se a pessoa mentalmente sublima a
sensualidade relacionada a uma específica parte do corpo,torna-se então sensual
devido ao que comumente se denomina "charme" e que seria uma
característica peculiar dessa pessoa. Como a Medicina Estética auxilia nesses
casos já que trata-se de um processo psicossomático e comportamental? Ela pode oferecer cuidados
estéticos para deixar a região-alvo da sedução ainda mais bonita (melhorar a
pele, aumentar os lábios, etc) ou mesmo cuidar para não deixar que seja perdida
a beleza dessa área que lhe torna atraente (prevenir estrias, celulites, etc).
Os estudos anteriores nos demonstram que é científico recorrer aos apelos,
modelos e "objetos" que cercam nosso paciente a fim de descobrir qual
seria o molde estético ideal para que essa pessoal atinja seu clímax lúdico ao
perceber seu corpo plenamente adequado ao ideal criado por sua Imagem Corporal.
Os implantes líquidos (fillers) labiais são uma amostra típica desse reforço à
sensualidade.
C) Habilidades sociais: Incluem charme, graça, capacidade de
interagir e se fazer gostar. Quem tem esses talentos deixa as outras pessoas à
vontade e mais felizes e por isso costumam ser mais desejadas do que as pessoas
normais. Sabemos que nossa face é nosso cartão de visitas onde o sorriso seria
a escrita de nosso nome nesse cartão de visitas e é seguindo essa mesma linha
de raciocínio que terminamos sem mais o que falar sobre o ítem "habilidade
social" já que a maioria dos procedimentos de Medicina Estética
destinam-se a melhorar esse aspecto que é o visual do rosto, tornando-o mais
jovial e atraente, visivelmente capaz de atrair atenção e estima por parte de
todos.
D) Vivacidade: As pessoas que possuem
"Vivacidade" são facilmente identificáveis pois costumam ser tratadas
geralmente como “a alma da festa”. São pessoas cheias de vida e muito atraentes
e elas conseguem isso adicionando energia e humor a uma boa forma física, sendo
valorizadas também por seus atributos físicos. Uma das questões mais
impressionantes da Medicina Estética e seus procedimentos é a convivência
diária que proporciona à pessoa com ela mesma, porém de forma mais prazerosa
que aquelas que não se submentem aos cuidados estéticos. Diariamente ao se
olhar no espelho, essa pessoa vai poder observar-se atentamente, notando-se
mais bela desde que acorda até que vá dormir. Conviver com essa beleza
diariamente só reforça a auto-estima contribuido sobremaneira para o
fortalecimento de todas essas características e deixando essas pessoas cada vez
mais caracterizadas assim (cheias de vida, muito atraentes, cheias de energia e
humor, cheias de atributos físicos, etc).
E) Apresentação: Classifica-se por apresentação tudo o que vem
com o indivíduo desde o primeiro momento em que esse se apresenta incluindo
desde o modo de vestir, o uso de cosméticos, de maquiagem, de perfumes, do
corte de cabelo, da forma de se vestir (jóias e acessórios) até a qualidade da
pele e a ausência de sinais inestéticos (olheira, manchas, cicatrizes). Nesses
últimos ítens o médico esteta deve dar um show à parte controlando cor,
textura, oleosidade e bronzeamento da pela assim como estando apto a tratar
todos os sinais que proventura possam parecer inestéticos.
F) Sexualidade: Vem em último porque, ao contrário dos demais
fatores, só é percebido nas intimidades. Inclui atributos de ordem sexual que
necessitam de saúde, energia e imaginação. Nesse caso esteta não deve
esquecer-se nunca que antes de tudo é "médico" e deve agir
profissionalmente em toda a sua excelência e magnitude, devendo estar preparado
para agir nas mais variadas áreas da medicina, seja ela a urologia, a
ginecologia, a geriatria, a psicologia e psiquiatria além de finalmente não
esquecer-se de exercer a soberana "Clínica Médica" ou seja, a
medicina interna. Além disso, nada como uma boa estética genital para dar
impulso à vida sexual de qualquer casal.
9 - Considerações finais
Muitos são os
fatores estressores relacionados ao trabalho como a liderança autoritária,
tarefas sob pressão, cobrança quanto ao nível intelectual, cobrança quando à
beleza, excesso de trabalho e o grau de interferência na vida particular que
este pode ter. Dentre os fatores estressores citados anteriormente relacionados
ao trabalho, claro que é aquele relativo à "cobrança quanto à beleza"
nosso assunto de mais interesse. Porém é bom deixar claro que os meios usados
para obter-se beleza tem que ser os mais rápidos e menos despendiosos, pois
seriam esses os mais adequados àqueles que ocupam cargos profisionais nesse
"mundo moderno". Há vários exemplos de fontes de beleza em constante
expansão comercial como por exemplo a cosmetologia, a perfumaria e a
moda. Na medicina até então contava-se com a Cirurgia Plástica que sugere
custos mais altos e maior tempo de recuperação pós-operatória. Há algum tempo
passamos a contar com mais profissionais na área da Medicina Estética e é bom
salientar que a mesma vem se apresentando como aquela que mais se adequa às
necessidades atuais por ser resolutiva, ter custos acessíveis, não requerer
grandes períodos pós-procedimentos além de não ter que movimentar todo aquele
aparato social como acontece nas operações cirúgicas plásticas, não causando
assim desgastes adicionais aos pacientes que ainda necessitam do próprio corpo
como máquina produtora do próprio labor. Finalmente, trata-se a
Medicina Estética de algo próximo a uma especialidade médica direcionada a
resolver problemas não só de ordem estética física mas também psicossomática e
social, adentrando na vanguarda de procedimentos mundialmente consagrados que
vêm parear a arte médica às aspirações de toda uma sociedade em plena e
constante evolução.
10 - Bibliografia
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comunicação nos grupos. 2a. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
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Escola de Ciências Médicas de Volta Redonda. Volta Redonda, 1994.
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sociais: uma abordagem sociológica. Rio de Janeiro: Globo, 1983.
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"Psichossomatic" really mean? A historical and
semantic inquiry. Psichossom. Med., v.46, n.2, p.153-171, 1984.
11) Mello Filho, J. O ser e o viver. Porto
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12) Mello Filho, J. et al. Psicossomática
Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
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15) Beleza é tão importante quanto
inteligência para ter sucesso na carreira diz estudo. Revista Pense
Empregos. http://revista.penseempregos.com.br/noticia/2011/12/beleza-e-tao-importante-quanto-inteligencia-para-ter-sucesso-na-carreira-diz-estudo-3606638.html.
16) Rodrigues, A.L. Estresse e trabalho.
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17) Winnicott, D. O ambiente e os processos
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18) Vilete, E. P. O corpo relicário do self
perdido. 11. Congresso Brasileiro de Psicanálise, 1987.
, 1987.
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